terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Pensamento do dia #3 [hoje é dia de agradecer!]

Hoje é dia de descer às profundezas de nós mesmos e lavar a alma, seja com lágrimas, seja com a água da chuva, seja num banho quente com aroma de lavanda.
Hoje é dia de despir o velho e vestir o novo, seja um vestido, um penteado novo,ou apenas um sorriso.
Hoje é dia não de pedir desejos, mas de agradecer, o que já temos, o que vivemos de bom e o que ainda está por vir, acreditando que será sempre melhor. É a lei da atração! Boas energias geram energias ainda melhores! Que 2014 seja um ano abençoado e cheio de luz!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O melhor do meu dia #4 [ mega prenda de Natal]

O meu Pai Natal (o MasterDad) surpreendeu-me com esta mega prenda no sapatinho, o meu coração quase parou quando rasguei o embrulho convicta de que na caixa de cartão encontraria um par de botas. Fazia parte da minha wishlist para 2014, nunca pensei sequer em colocá-la na cartinha ao Pai Natal. Eu não sou apologista de se gastar uma fortuna em prendas de Natal, preferia mesmo que esta componente consumista não fizesse parte da festa, no entanto tenho que dar o braço a torcer que desta vez estou mesmo feliz e muito grata ao MasterDad!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O melhor dos meus dias #3 [a árvore de natal]

O meu bebé está a crescer, já anda há cerca de 1 mês, giro que só ele,de mãozinhas no ar e sorriso traquina pela casa fora. Mexe e remexe em tudo, abre gavetas e esconde as coisas.

Por causa desta traquinice toda, este ano decidi que não haveria árvore de natal tradicional montada no chão, porque com toda a certeza não chegaria intacta à noite da consoada.

Então no dia 1 de dezembro lá fui eu para a matinha ao lado de casa à procura de galhos secos. Arranjei-os, fiz uma decoração linda mas minimalista, não gosto de muito penduricalho, e voilà, aqui esta uma das coisas que me tem iluminado os dias, literalmente porque tem muitas luzes e também porque ficou linda na chaminé da lareira, quando estão ambas acesas, dou por mim a contemplar a nova decoração durante largos minutos de tão bonita que ficou!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Mum´s the Chef #3

A MasterMum chama-lhe frango à cubana, o MasterDad chama-lhe frango piñacolada, foi uma invenção dos dois, ou pelo menos gostamos de achar que sim pois talvez esta receita não seja original de tão fácil e saborosa que é.

Frango à cubana (frango piñacolada) 2pax
Peito de frango
1 cebola pequena
3 dentes de alho
azeite
meio abacaxi
1 embalagem pequena de leite de côco
sal
pimenta preta
1/2 caldo de frango
1 limão
Arroz agulha ou basmati

Cortar o peito de frango em pedaços. Temperar com sal, pimenta preta e limão. Cortar o abacaxi em pedaços pequenos. Colocar num tacho o azeite, o alho e a cebola picados a refogar em lume brando. Assim que estiverem dourados colocar o frango durante 5 minutos. Juntar o leite de côco e meio caldo de frango, deixar o frango cozer no molho durante mais 6 ou 7 minutos, não mais que isso para não ficar seco. No fim juntar os pedaços de abacaxi e farinha de trigo q.b. para engrossar o molho. Retificar o tempero e servir com arroz branco.


Nota: De vez em quando para variar junto-lhe uma colher de chá de açafrão. Para fazerem caril também podem seguir esta receita juntando duas colheres de chá de caril e rodelas de banana.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mum´s the Chef #2

Fotografia retirada de: www.receitaparatudo.com
Leio muitas receitas, vejo o Oliver na TV, mas jamais sigo uma receita à letra. É uma coisa minha, eu tenho que colocar o meu cunho pessoal aqui e ali, penso sempre que fica melhor com mais isto e aquilo. E quando se gosta do que se faz, com uma pitadinha de entusiasmo à mistura, o resultado é o melhor.

Risotto de cogumelos e espinafres

1 chávena de arroz arbóreo
Espinafres frescos
Cogumelos shitakke (se não encontrarem podem usar outros desde que não usem cogumelos enlatados, eu usei mistura de cogumelos congelados)
Meia cebola
2 dentes de alho
Azeite
1 caldo knorr de arroz
sal
pimenta preta
queijo da vossa preferência para ralar

Cozer os espinafres e os cogumelos num tacho com água e 1 caldo de arroz e reservar. Refogar num tacho o azeite com a cebola e os dentes de alho picados durante o tempo necessário para alourar. Juntar os cogumelos e as folhas de espinafres cortadas e o arroz ao refogado durante 2 minutos para o arroz absorver o sabor dos ingredientes. Ir juntando a água da cozedura dos espinafres e dos cogumelos à medida que o arroz for absorvendo a água. O tempo de confecção é em média 12 minutos. Está pronto a servir quando o arroz estiver cozido e cremoso. Servir com raminhos de salsa fresca.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O melhor dos meus dias #3

Referir-me-ei ao senhor homem lá de casa aqui no blogue como o MasterDad tendo em conta que as suas experiências de culinária contribuirão também para a rubrica Mum´s the chef. Isto para dizer-vos que ontem o MasterDad deu também um contributo para esta rubrica sem saber. Por vezes, muito raramente, ele transforma-se em Pai Filósofo e ontem foi um desses dias. Por outras palavras ele disse qualquer coisa semelhante a isto:
Foi esta a resposta aos meus habituais desabafos relativamente ao facto de já não termos vida social e de sentir falta de muita coisa que podiamos fazer antes de sermos pais. A verdade é que as pessoas são diferentes, têm experiências de vida diferentes e reagem de formas distintas a mudanças drásticas de vida, e não acho absurdo sentir-se falta de coisas que nos faziam felizes, acho que este sentimento de saudade não anula as alegrias da parentalidade,nem representa qualquer tipo de arrependimento, é apenas isso, um sentimento de saudade que de vez em quando dá o ar de sua graça.

O melhor dos meus dias #2


Tendo em conta a avaliação ridícula a que os professores contratados foram sujeitos esta semana, o melhor dos meus dias esta semana foi mesmo já não exercer a função de docente.

Nunca pensei que fosse afirmar isto assim tão cruamente, ser professora é algo que me define, não só enquanto profissional mas enquanto pessoa.
Ser professora de filosofia com tudo o que isso implica sempre foi o melhor dos meus dias, e só não me custou mais abdicar desta profissão visto que a substitui por outra que se transformou no melhor dos meus dias, ser mãe. Além disso continuo ligada à educação e indiscutivelmente à filosofia pois sinto-a presente em tudo o que faço no meu atual emprego. Se sempre achei que poderia contribuir de alguma forma enquanto professora de filosofia para um futuro mais risonho de uma nação, agora a educação ambiental preenche-me de uma forma muito mais holística, pois sinto que posso contribuir para um melhor futuro do planeta. Continuo a tentar operar uma mudança de valores e nada melhor que a educação para isso. E isto é filosofia!

Não sou contra a avaliação dos professores, sou aliás muito a favor deste tal exame, desde que o mesmo obedecesse a uma estrutura que respeitasse a avaliação não só de conhecimentos científicos assim como a aquisição de competências pedagógicas e tão ou mais importante, humanas. Sou a favor de uma avaliação justa, gratuita e imparcial, ou seja, todos devem ser avaliados e não só os professores contratados, garanto que se assim fosse muitas vagas surgiriam dentro das escolas. Há profissões em que o tempo e a experiência são superados pelo entusiasmo, a criatividade, a vontade e o esforço de fazer o melhor, e ser professor é uma delas!

Ontem foi Dia Mundial da Filosofia! Mas também foi Dia Mundial da TV. Se alguém encontrar semelhanças entre uma coisa e outra, faça o favor de explicitar nos comentários deste blogue. Será possível que nem sequer possamos ter um dia só para nós?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Traduzindo por miúdos

Decidi que talvez fosse melhor apresentar uma pequena legenda das temáticas a que se referem as etiquetas deste blogue, visto terem títulos mais sugestivos que o habitual.
resgates do armário - itens que resgato dos armários da minha avó e da minha mãe e que reutilizo e/ou reciclo.
o que nem às paredes confesso - não, não é nada semelhante à casa dos segredos. São desabafos ou situações caricatas que muitas vezes me inibo de partilhar pessoalmente, então partilho aqui.
o melhor do meu dia - Resumo semanal do melhor dos meus dias, habitualmente publicado à sexta-feira. Desafio que partilho com mais de uma centena de bloggers, lançado pela Catarina Beato do blogue Dias de uma Princesa.
pensamento do dia - Citações e frases com as quais me identifico.
in útero - Tudo sobre gravidez.
fiLHosofia - Tudo sobre maternidade, educação, sabedoria dos pais sobre os filhos e outras filosofias.
Mum´s the Chef - as minhas receitas caseiras.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O melhor dos meus dias #1 [estranha forma de vida]


Este exercício não é fácil para um lusitano! Nós não somos culturalmente felizes! O povo português "sofre" de uma nostalgia permanente, dos dias bons que se foram, dos dias bons que ainda não vieram, sofremos de saudade de tudo e mais alguma coisa, mas afinal é isto que nos define enquanto povo. Queixamo-nos de tudo, reclamamos imenso, mas também damos valor ao que somos e temos, principalmente quando vemos alguma das nossas tradições inferiorizadas, algum português satirizado, aí levantamos as nossas "armas" como no hino e corremos tudo à padeirada como em Aljubarrota. Por um lado é pena sermos assim, mas por outro, tudo isto é fado!

É-me particularmente difícil este exercício, eu tenho mesmo alma lusitana e que orgulho tenho disso! Apercebemo-nos desta tristeza característica quando olhamos para um brasileiro que apesar de pobre e de viver inseguro numa favela qualquer, consegue mesmo assim, manter um sorriso constante na cara todos os dias e rir-se da própria miséria! Agora dizem-me vocês, o sol e o calor fazem maravilhas ao humor de qualquer um! Então se assim é devíamos ser os europeus mais felizes. Nós, os gregos, nuestros hermanos espanhóis e os italianos. Agora olho derrepente para esta lista e parece-me que temos muito em comum, inclusive uma conjuntura de crise. Porque será? Li outro dia no blogue que lançou este desafio mensagens de pessoas com vidas profundamente marcadas e que conseguem no meio da escuridão encontrar sempre uma luz que ilumine cada um dos seus dias. Pessoas que comentavam que talvez seja nos dias mais tristes, nas situações limite de perda que sentimos uma maior necessidade de fazer este exercício de esperança.

Será por isso que os países com menos sol, menos calor, menos motivo para serem felizes constroem com esforço e determinação a sua própria felicidade? É só pensarmos nos escandinavos. Nós os europeus do Sul, que temos o sol, o calor do mediterrâneo, as ilhas paradísiacas e as melhores praias de sempre nunca precisámos de construir a felicidade, ela foi-nos concedida, o problema talvez seja querermos aproveitar esta dádiva ao máximo e gastarmos todos os nossos recursos nisso, os que temos e os que não temos. Somos um povo de fé, se Deus nos concedeu o milagre de termos uma terra tão linda e tão boa de se viver, talvez também nos salvemos da catástrofe sócio-económica em que nos encontramos por obra e graça do espírito santo. Ou talvez El rei D. Sebastião regresse das brumas para nos salvar. Somos heróis, não somos mártires, não estamos habituados a sacrifícios. Que estranha forma de vida!

No entanto sempre fiz este exercício antes de entrar no ano novo, mas diariamente parece-me ser muito mais gratificante. Todos os finais de ano faço uma lista de agradecimento pelo que consegui alcançar e uma lista das minhas aspirações para o ano seguinte, sempre agradecendo como se já estivessem todas realizadas (é a lei da atração). Este ano pela primeira vez durante as doze badaladas da meia-noite em vez de pedir desejos, agradeci.

Realmente a boa energia gera ainda melhores energias,no entanto tenho tendência a praticar melhor este exercício depois de ver o telejornal, coisa que costumo evitar, não lido bem com a desgraça alheia, e fico com vontade de chorar sempre que vejo as notícias. Infelizmente só depois de estar em contacto com as tragédias dos outros é que me apercebo do quão feliz sou. Por ter uma família maravilhosa, por ter uma casa, um carro novo, por ter um emprego que adoro e que me permite manter estas coisas que tenho e ainda sonhar em ter mais. E isto é sempre o melhor dos meus dias, ser mãe do meu filho, mulher do meu marido, filha dos meus pais, sobrinha e afilhada do meu tio/padrinho, por ser prima dos meus primos, sobrinha dos meus tios, neta dos meus avós, por ter memórias felizes do que já não tenho, do que perdi, dos que perdi, por ser amiga dos meus amigos, por ser educadora ambiental, por trabalhar com pessoas, com crianças, com animais, por dançar, por ser portuguesa, por ser lisboeta,por ainda conseguir sonhar, por ser quem sou!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mum´s the Chef #1


Papa de aveia
Papas caseiras de cereais e fruta 
Tenho visto por esta Internet fora muitas mamãs a perguntarem por receitas de papinhas caseiras para os seus filhotes. Ora em jeito de comemoração do dia mundial dos diabetes que é hoje (apesar de diabetes não ser algo que se deva comemorar não é verdade?) podemos sempre celebrar a prevenção dos malditos porque prevenir é uma coisa boa, remediar é que não, inicio esta nova rubrica denominada “Mum´s the Chef.“ Não fiquem contudo a pensar que sou a versão feminina do Ramsay nem nada que se pareça, sou apenas alguém que gosta de exercitar a criatividade na cozinha. Guardando um bocadinho a humildade na gaveta, daqui a pouco já lá vou resgatá-la, estou assim mais para James Oliver no feminino, ou como fazer uma refeição em 15 minutos sem os ingredientes principais na despensa. Fazer papas caseiras para um bebé é tão fácil como fazer papa de pacote, há cereais com e sem glúten, é só escolher os que se adequam à faixa etária da criança. Eu uso flocos de aveia biológicos, que podem vir já pré-cozidos ou não, sinceramente não faz assim muita diferença, flocos de arroz integral, flocos de trigo e quinoa. Basta cozer uma pequena quantidade de um destes flocos ou misturá-los se preferirem (eu não costumo misturar) durante 10 a 15 minutos, coá-los e juntar à fruta cortada em pedaços, passam com a varinha mágica e voilá, papinha caseira para o bebé. Este é o lanche do baby Gui todas as manhãs (por vezes para variar come só a frutinha, mas com a papa fica bem mais aconchegado e aguenta melhor até à hora do almoço). Ele adora e a mãe também! Cuidado com a aveia que é muito rica em fibra e solta o intestino, não convém juntar com papaia ou sumo de laranja a não ser que queiram remediar alguma obstipação, para bebés com prisão de ventre não há melhor. O arroz integral e o trigo são indicados exatamente para a situação contrária. 
Quinoa cozida
A quinoa é uma planta oriunda da América do Sul que produz um grão extremamente rico. Cada 100 gramas de quinoa contêm 15 gramas de proteínas, 68 g de carboidratos, 9,5 mg de ferro, 286 mg de fósforo, 112 mg de cálcio, 5 g de fibras e 335 kcal. A composição pode variar um pouco, dependendo da diversidade das sementes. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a quinoa é um dos alimentos mais completos que existem. E muito importante, não contém glúten. Sabemos que o grão está cozido quando começa a ficar transparente com um círculo branco em redor.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dançar "O Ventre"

Dançar grávida foi umas das experiências mais enriquecedoras que já vivi. Infelizmente não sou daquelas mulheres que acha que estar grávida é um estado de graça lindo e maravilhoso e que coloca um sorriso doce na cara permanente, enquanto carrega um peso descomunal que faz despoletar dores em lugares nunca dantes imaginados. A maternidade é realmente uma bênção, mas o caminho até à mesma não é, na minha opinião, um mar de rosas, ou então até é, mas com muitos espinhos. As dores que surgem não sabemos de onde, as noites mal dormidas, os pés inchados com o calor e principalmente, as variações de humor que o cocktail de hormonas provoca em nós, não são de todo uma visão celestial. No entanto, no meio desta visão que mais parece infernal encontrei um pedacinho de paraíso, a dança. Dançar grávida fez-me perceber o funcionamento interno do meu corpo como nunca tinha percebido antes e o prazer físico e emocional que se pode retirar do simples movimento, orgânico e natural, que há em todas nós. A maioria das pessoas que pratica dança como hobbie esquece-se que a dança é uma arte, dançar é e deverá sempre ser um processo criativo. Existe a tendência de se pensar uma aula de dança como um processo de transmissão de informação em que o(a) aluno(a) imita os movimentos do(a) professor(a) vendo a sua imagem reflectida no espelho de forma a perceber se os está a executar na perfeição. E nesta frase temos palavras que tratei de riscar pois não deveriam ser usadas em qualquer tipo de processo criativo. Ora se um movimento está a ser imitado/copiado não está a ser criado, logo estamos a anular todo e qualquer processo criativo/artístico. O erro está em ver-se o processo de aprendizagem como uma mera transmissão de conhecimentos que acontece de fora para dentro e não de dentro para fora e isto serve em dança como em qualquer processo de aprendizagem, seja ele artístico e/ou educativo. Garanto que se a criatividade e autonomia de pensamento fossem mais estimuladas na escola, a motivação para aprender seria muito maior, mas isto são outros 500 acerca do ensino de que um dia pretendo também falar aqui. Temos mais 4 sentidos para além da visão que nos esquecemos de usar e que em dança, ou em qualquer forma de arte são fundamentais. Fechar os olhos e abrir o coração muitas vezes é o caminho! Sentir a música, não só ouvindo-a mas sentido o seu ritmo no chão, através dos pés, sentir a música e o movimento através do contacto com o outro, aprender o movimento de dentro para fora torna-o natural e orgânico e o mais importante, criativo, pois cada um de nós dança um mesmo movimento sempre de forma diferente, existe sempre uma interpretação e criação individual e nunca deverá haver uma mera execução artificial e mecânica por meio de uma imagem que não somos nós autênticos, reflectida num espelho. Toda e qualquer forma de arte é, ou deveria ser, um processo de auto conhecimento em que nos (re)criamos a nós próprios e nos reencontramos com o nosso eu mais profundo. Uma criação que começa dentro de nós e que se estende e manifesta no nosso corpo e posteriormente fora de nós e não o contrário. Assim é tão mais fácil e tão mais intuitivo dançar e deixar fluir a dança.
Tendo em conta que o meu lado optimista tem andado escondido como o sol no outono, resolvi aderir à iniciativa de duas mamãs da blogosfera e a partir de amanhã,farei este exercicio de encontrar o que ilumina os meus dias. Partilharei com o mundo O Melhor do Meu Dia todas as sextas-feiras através de um resumo semanal. Se quiserem saber mais cliquem aqui.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Alerta velhice!

Quando já se teve ou se tem profissões daquelas em que se lida com muita gente, acontecem situações em que a memória já nos falha e outras em que pensamos, credo será que estou a ficar velha?
Bem, ninguém caminha para novo não é verdade?

Situação 1: Estou a passar na rua e:
Senhora- Olá como está? Lembra-se de mim?
Eu- Claro que sim, está tudo bem? (De onde é que te conheço?)
Senhora- Vocês contactam com tanta gente que deve ser difícil recordar não é?
Eu- Sim é verdade! (Vocês quem? Vocês professores? Vocês formadores de educação ambiental no Zoo? Vocês coordenadores de atividades educativas para crianças que falam com mais de 1000 pais por ano? Vocês explicadores em tantos centros de explicações por esse Portugal fora? Vocês quem?)

Até hoje não sei quem era…

Situação 2: Estava eu numa lojinha de roupa e deixo cair uma peça no chão:
Eu- Peço desculpa eu arrumo.
Funcionária – Oh stôra deixe estar eu arrumo. Lembra-se de mim? Eu era aquela que dissertava sobre tudo e mais alguma coisa.
Eu - Sim, sim, da Secundária da Amadora? (Ok esta acertei, também foi da últimas escolas onde dei aulas)

Situação 3: Rapariga- Olá Cátia tudo bem?

Eu- Olá e bla bla bla…

Uma cara muito familiar que estou certa que conheço bem e com quem convivi bastante mas que não sei de onde, até hoje me martirizo com isto. Rapariga que encontrei no Delmare na Costa da Caparica há uns 3 anos atrás, se estiveres a ler isto diz-me quem és por favor. E eu que até achava que era boa com caras e nomes, isto só pode mesmo ser da idade…

Situação 4: Há muitos anos atrás quando era ainda solteira e moça para andar em festivais e coisas afins, encontrei um aluno no Festival Sudoeste TMN. Deste lembrava-me bem visto que foi da minha primeira turma do 11º ano no meu ano de estágio, além disso ainda não tinha entrado nos 30, o que faz toda a diferença.
Gonçalo: Olá Cátia, tudo bem?
Eu: Olá Gonçalo, que fazes? (Olá Cátia??? O puto está-me a tratar por tu? Ele pensa que por estar na mesma casa de idades que eu, que era a dos 20, ele a entrar e eu a sair dessa casa, podia falar comigo como se tivéssemos andado na escola juntos? E até andámos mas eu era a professora, ora essa!)
Gonçalo: Já estou na faculdade daqui a 1 ano já acabo a licenciatura em engenharia aeroespacial. (espero não ter influenciado o miúdo a andar na lua com tanta filosofia. Isto de Bolonha faz com que se entre e saia da faculdade sem ter tempo para conhecer os edifícios todos.)


Situação 5: Ex aluna passa com um bebé no carrinho.

Ok é oficial, ALERTA VELHICE!

Saudades da Filosofia!

Sei que este texto, só os loucos que como eu dedicaram parte da sua vida a estudar outros loucos, vão entender, porque ninguém com um grau de lucidez aceitável tem saudades de nada que tenha a ver com filosofia. Eu tenho e muitas! Agora já nem sequer sou professora desta disciplina, se bem que sê-lo não mantinha a relação próxima que sempre tive com a filosofia, que aquilo que se estuda no secundário lamento dizer-vos nem pseudo filosofia é, são coisitas da vida, por assim dizer…

Sinto falta de mergulhar numa imensidão de existencialismo em forma de palavras, livros e livros com tanta letrinha pequenina para ler, ai que saudades!

Ando a pensar nas próximas férias, entre fraldas e travessuras (nome do blog de uma amiga minha que vale muito a pena ler: http://fraldaoutravessura.blogspot.pt/ ) limpar o pó a algumas relíquias que para lá andam nas minhas estantes. Agora a verdadeira questão é: será que ainda me restam neurónios com inteligência suficiente para perceber um Heidegger? É muito difícil quando se nasce cego, quando se nunca conheceu nada a não ser a penumbra e a escuridão, conseguir abrir os olhos e abraçar a luz. Mas é bem pior quando se faz o caminho inverso, quando já se teve os olhos abertos, quando já se viveu entre as 7 cores do arco-íris e depois por opção (por estupidez) se passou a usar óculos escuros e a ver tudo a preto e branco. Como me deixei cegar, eu que sempre vi tudo com tanta clareza?! A saudade da filosofia é esta necessidade que tenho de me evadir desta realidade tão redutora, de crises financeiras e problemazinhos tão concretos que já me chateia ver a treta do telejornal. O país está mergulhado num abismo tão absurdo qual Sísifo a empurrar eternamente a rocha até ao cimo da montanha. Here we go again…

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A loja maravilha

O Salta Pocinhas é uma loja no Parque das Nações que vende roupa para bebés e crianças de boas marcas como Timberland, Gant, Hilfiger e por aí fora, ora não seria novidade nenhuma se esta mesma loja não tivesse roupas destas marcas a um preço muito, mesmo muito low cost (valores abaixo dos 10€). Só para terem uma ideia as t-shirts e os calções que lá comprei da Timberland e Hilfiger foram mais baratos do que peças da nova coleção das lojas de centros comerciais a que estamos habituadas, daquelas que até têm coisas engraçadas mas muitas vezes de qualidade duvidosa, pelo menos em comparação com a qualidade destas marcas que refiro aqui.
Digam lá se não fofíssimas?
Vale muito a pena dar um salto ao Salta Pocinhas! Deixo-vos o link do Facebook onde até podem reservar nas fotografias das peças de roupa que estão à venda: https://www.facebook.com/osaltapocinhas


terça-feira, 30 de abril de 2013

Quando as ruas não tinham nome

 Era uma vez uma praceta, que agora se chama praceta de Ipanema, onde há muitos, muitos anos viviam duas macacas, uma mais pequena e outra maior, onde eu costumava brincar quando era criança. Também era nessa praceta onde costumava andar horas a fio de bicicleta, ou quando era mais pequenina de carrinho de pedais.
 Nessa praceta viviam os meus avós. Onde eu vivia, na altura, o lote 86 e por isso chamávamos a rua dos 80, todos os prédios tinham dois pátios, um dos quais fechado que ficava na parte de trás. Nos 80 com cerca de 8 anos todos éramos amigos e brincávamos às escondidas e à apanhada mesmo à noite depois do jantar, numa altura em que brincar na rua não era sinónimo de perigo. Quando entrei na adolescência comecei a brincar com os amigos das ruas vizinhas, os 70 e os 90. No Carnaval fazíamos guerras de balões de água entre ruas, guerras onde ninguém era vencedor e ninguém era vencido pois apenas queríamos aventura e diversão.
  Na rua dos 90 tínhamos um grito de guerra, quando acabávamos de jantar íamos à janela gritar para avisar que estava na hora da brincadeira e todos saíam à rua, brincávamos à apanhada, levávamos rádios de pilhas onde ouvíamos música e dançávamos. Na altura não havia facebook ou qualquer outra rede social, quase ninguém tinha ainda computador, portanto as conquistas eram feitas a jogar ao bate-pé ou a dançar “slows” (músicas românticas, baladas) na rua sob o céu estrelado ou em casa de alguém. Também escrevíamos cartas de amor uns aos outros, e em vez de um blogue, todos tínhamos um diário com um cadeado onde relatávamos os acontecimentos mais marcantes.
Em casa, nos dias de chuva, desde pequena que o meu pai me incutiu o gosto pela cultura, imaginem só que com 5 anos o meu jogo favorito era o das capitais, o meu pai perguntava-me qual era a capital de um país e eu respondia, outro jogo que fazíamos era o memories, utilizando os cartões do trivial pursuit o meu pai fazia-me perguntas e eu em tempo record tinha que responder a todas, um excelente modo de treinar a memória. Sou filha única no entanto nunca me senti só, ou estava na rua com os amigos ou estava nas festas com os meus primos, a brincar às escolas ou mesmo a fazer campeonatos de ginástica rítmica com arcos, bolas e massas. As minhas primas mais velhas ensinavam-nos inglês e alemão e fazíamos passagem de modelos com as roupas e maquilhagem das mães, enquanto os pais dançavam, comiam e bebiam na sala.
Quando era pequenina o meu avô contava-me histórias de animais, ele tinha um gosto especial pela vida selvagem, hoje sou uma professora de filosofia que trabalha como coordenadora pedagógica no Jardim Zoológico, vejo a minha profissão como uma soma de todos os jogos que fazia com o meu pai e das histórias que o meu avô me contava.
  Num tempo em que não havia playstation passava horas a construir cidades de bonecas em casa das minhas amigas, como não havia karaokes na Internet ou na MEObox, púnhamos o gira-discos a tocar e cantávamos por cima das músicas. Também compúnhamos músicas infantis com coreografias e cobrávamos bilhetes para o espectáculo nos recreios da escola.
 Num tempo em que não existia farmville o contacto com os animais era real quando íamos para o campo ou mesmo na cidade quando levávamos para casa caixas de sapatos com bichinhos da seda para vê-los transformarem-se em borboletas. Também cultivávamos na janela do quarto ou na marquise da cozinha copos com feijões para vê-los crescer.

Esperávamos ansiosamente pelos arraiais populares em Junho, onde comíamos sardinhas e nos encontrávamos ao som da música, à noite, no adro da igreja.
Quando as ruas não tinham nome e as crianças brincavam na rua até anoitecer, éramos mais solidários, criávamos mais defesas, respirávamos mais ar puro, éramos também mais saudáveis, de corpo e de espírito.
O bairro onde cresci é a freguesia da Portela, no concelho de Loures, e a rua dos 80, hoje chama-se Rua Pedro Álvares Cabral. Agora todas as ruas já têm nome e já ninguém se conhece, nem se cumprimenta na rua. Hoje as crianças da Portela e de tantos bairros de Portugal passam as férias fechadas em casa a jogar playstation ou a falar na Internet. Hoje as ruas já têm nome mas ninguém, sequer sabe, qual o nome delas…

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A Primavera chegou e eu a trabalhar...

Nos meus passeios diários pela blogosfera vizinha só vejo fotos de praia, mar, esplanadas, jardins e fins de semana bem passados em família, já que o sol resolveu fazer-nos uma visita, esperemos que por muito tempo. Ora eu não pude aproveitar o primeiro fim de semana quentinho com o meu piolho visto que estive a trabalhar. Ele foi com o pai ao jardim, que aproveitou para fazer uns exercícios, o tempo para ir ao gym tem sido pouco ou mesmo nenhum. Isto tudo para dizer que apesar de ter trabalhado o fim de semana inteiro não me posso queixar, afinal quem trabalha num local destes não tem direito a lamúrias não é verdade?

terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem não chora também mama

 Sei que o provérbio tem um sentido lato e que não se refere à mama da mãe, modifiquei-o porque se o seu sentido fosse estrito ele estaria errado. Quem não chora também mama porque nunca se deve deixar um bebé chegar ao ponto de chorar porque tem fome, há muitos sinais que devemos saber interpretar. Mas há que conhecer a nossa criança e perceber que, alguns comportamentos, no geral podem ser sinais de fome, mas que também podem significar outras coisas, dependendo da idade, da altura do dia, etc.

Quando um bebé abre a boca e roda a cabeça para o lado, ou a estica para trás, normalmente está a procura de mama. Quando enfia as mãos na boca nas primeiras semanas pode ser fome, a partir dos 3 ou 4 meses já não acredito, eles enfiam as mãos na boca por tudo e por nada, porque estão a descobrir as mãos, porque há dentes a romper e mais que não seja porque estão na tão conhecida fase oral freudiana e a boca é a sua única fonte de prazer.

Outros sinais considerados de fome poderão ser coçar a orelha ou resmungar, ora se isso fosse verdade o meu bebé andaria sempre esfomeado coitado, pois resmungão é o seu nome do meio, não que seja chato atenção, só tem feitio, é como a mãe, e coça a orelha a toda a hora, porque está aborrecido, porque não gosta daquela música, porque tem sono, porque não tem sono...


Na dúvida oferece-se a mama e voilá, se tiver fome mama, se não tiver e se for como o meu Gui mama na mesma  e depois bolsa, pois não deve caber tanto leite naquela barriguinha, e fica feliz!
Não esqueçamos agora o mais importante, a mama não é apenas fonte de alimento, mamar é muito mais para um bebé do que apenas saciar a fome. A mama é um analgésico natural para qualquer dor, a mama é calor, é afeto, é amor. Eu costumo dizer que o leite não desce do cérebro, mas antes vem do coração, afinal as maminhas moram lá mesmo ao lado.
Todo o sucesso da amamentação começa com a escolha da mãe em amamentar e a sua força de vontade para superar todas as contrariedades que possam surgir. Não quero com isto fazer juízos de valor sobre quem escolhe não amamentar, ninguém ama menos um filho por isso como é óbvio. Só creio que fazer essa escolha e estar preparada para enfrentar os obstáculos que possam surgir anteveem o sucesso da amamentação.
Amamentar é mais um ato de fé do que outra coisa, se acreditarmos na nossa capacidade para o fazer, fazemo-lo com uma perna às costas. Devemos olhar para a amamentação como algo animal e instintivo, sem racionalizarmos em demasia, é dar mama sem pensar, o pensar que o leite não é bom, que o leite é pouco, que o bebé ficou com fome e por aí fora são os maiores obstáculos da amamentação. Enquanto estiverem a amamentar, não pensem! E quem diria que a mãe filósofa dissesse uma coisa destas hein?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A minha seleção natural (não a de Darwin) para a conservação da espécie humana (dicas para quem anda em treinos e ainda não marcou golo)

Se engravidar é a coisa mais natural do mundo porque é que às vezes é tão difícil?

Bem já que o blogue é sobre bebés achei por bem começar pelo princípio, afinal não fazemos omeletes sem ovos.

 Passei muito pouco tempo pela época dos treinos, esta foi uma dificuldade com a qual não me deparei mas recordo-me de ouvir e ler muitas histórias tristes de treinantes e aspirantes a mamãs que mesmo sem causa aparente não conseguiam engravidar.

Este blogue não pretende apenas ser um simples diário de uma recém-mamã de 1ª viagem maravilhada com o mundo novo da maternidade, com ele pretendo também ajudar muitas mamãs que como eu, através de pesquisas no google, procuram preocupadas esclarecer as suas dúvidas. Pretendo partilhar o pouco que aprendi na prática e o tanto que aprendi a ler para me preparar para esta nova aventura que é ser mãe.

Há muitas causas para a infertilidade, para isso existem os obstetras especializados no tema, no entanto gostaria de dar algumas dicas simples e fáceis de adquirir no dia-a-dia que podem encurtar o caminho até à maternidade, no entanto sublinho que são apenas sugestões de uma curiosa pois não possuo (ainda) qualquer habilitação nos assuntos que vou referir abaixo, digo ainda, pois estou neste momento a iniciar um curso de Naturopatia, por isso mais conselhos virão.

Quanto a evitar a ansiedade, não sei se será mito ou não, mas eu sei que ansiedade foi o meu nome do meio durante 2 meses e em nada me atrapalhou.

Dizem que a natureza tem tudo o que precisamos para sobreviver, neste caso para a espécie humana sobreviver já que falamos em reprodução.
Esta é a minha selecção natural (não a de Darwin) para a conservação da espécie humana:

Para o homem dar um empurrãozinho ao espermatozóide

Arginina; Cartnitina; Zinco; ácidos gordos essenciais; Coenzima Q10; Vitaminas B6, B12, E e C; Ginseng coreano e siberiano; Chá verde; Astragalo; Glutatião, Selénio; Grainhas da Uva.

Para a mulher fazer bem a caminha para o óvulo

• Agnus Castus
• Chá Verde
• Arginina
• Vitamina E
• Selénio, Ferro, Zinco e Magnés
• Ácido fólico, vitamina B6, B12

Retirado de um relatório do Dr. João Beles do 2º Congresso de Mundial de Naturopatia e medicinas não convencionais (20-21 de Maio de 2006)

Homeopatia no feminino podem consultar aqui:

Tenho a dizer que experimentei folliculinum 6CH manipulado com ovarium 6CH apenas para me regular o ciclo após parar a pílula e foram 2 ciclos certos até engravidar.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sim sou filósofa e daí?

Pois é, agora também andam aqui filósofos na blogosfera... Pensavam vocês que os filósofos eram espécies em vias de extinção, que depois de Sócrates (o filósofo e não o ex ministro) já ninguém se poderia apelidar de filósofo, pois enganam-se eles existem e andam aí! Tal como os extraterrestres, as bruxas e aqueles em que só as pessoas de fé acreditam. Este discurso vem a propósito do velho estigma de que os licenciados em biologia são biólogos, em arqueologia arqueólogos e por aí fora, mas os de filosofia são apenas licenciados em filosofia e não filósofos. Pois eu sou filósofa e acredito que todos o somos, afinal é preciso muita filosofia para se viver hoje em dia.
Fui mãe recentemente e tive que deixar de ter 2 empregos ou melhor substituí o de professora pelo de mãe e mantive o outro que é o de coordenadora pedagógica, formadora de pedagogia, animação, educação ambiental e assuntos afins que aparecerem pelo caminho, criadora e criativa de programas educativos e textos e tanta coisa que por lá se faz. Como escrever é uma das minhas paixões e tive que, temporariamente abandonar um outro amor da minha vida, que é a dança, para me dedicar à dança do embalo em casa, retomei a escrita como forma de exorcisar o stress do dia-a-dia.

Agradeço desde já aos caros leitores que comigo partilham a dança das letras nesta minha nova aventura da maternidade.

terça-feira, 2 de abril de 2013

No ventre de uma mulher grávida, dois bebés falavam:

- Acreditas na vida pós-parto?


- Claro. Tem que haver alguma coisa. Se calhar estamos aqui a preparar-nos para o que vamos ser.


- Disparate! Não há vida depois do parto. Como é que seria verdadeiramente essa vida?


- Não sei, mas com certeza deve haver mais luz que aqui. Talvez até consigas andar com os próprios pés e comer com a própria boca.


- Isso é absurdo! Andar é impossível! E comer com a boca!? Completamente ridículo! O cordão umbilical é que nos alimenta. Só te digo isto: A vida após o parto não é possível. O cordão umbilical é muito curto!


- Eu cá tenho a certeza que há alguma coisa. Com certeza apenas diferente daquilo a que estamos habituados aqui.


- Mas nunca ninguém voltou de lá para contar... o parto é o final e mais nada! Angústia prolongada na escuridão.


- Bom, não sei como é que vai ser depois do parto, mas tenho a certeza que a Mãe vai tratar de nós.


- Mãe? Acreditas nisso!? E onde é que ela supostamente está?!


- Onde? Em tudo à nossa volta! Vivemos nela e através dela. Sem ela nada existiria.


- Eu não acredito nisso! Nunca vi Mãe nenhuma porque simplesmente não existe.


- Então, mas quando estamos em silêncio não a consegues ouvir cantar e falar? E não a sentes a afagar o nosso mundo? Sabes, eu acho mesmo que nos espera a vida real e que esta é só uma preparação para ela...


- Esquece! Isso são filosofias e tretas da fé!