terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem não chora também mama

 Sei que o provérbio tem um sentido lato e que não se refere à mama da mãe, modifiquei-o porque se o seu sentido fosse estrito ele estaria errado. Quem não chora também mama porque nunca se deve deixar um bebé chegar ao ponto de chorar porque tem fome, há muitos sinais que devemos saber interpretar. Mas há que conhecer a nossa criança e perceber que, alguns comportamentos, no geral podem ser sinais de fome, mas que também podem significar outras coisas, dependendo da idade, da altura do dia, etc.

Quando um bebé abre a boca e roda a cabeça para o lado, ou a estica para trás, normalmente está a procura de mama. Quando enfia as mãos na boca nas primeiras semanas pode ser fome, a partir dos 3 ou 4 meses já não acredito, eles enfiam as mãos na boca por tudo e por nada, porque estão a descobrir as mãos, porque há dentes a romper e mais que não seja porque estão na tão conhecida fase oral freudiana e a boca é a sua única fonte de prazer.

Outros sinais considerados de fome poderão ser coçar a orelha ou resmungar, ora se isso fosse verdade o meu bebé andaria sempre esfomeado coitado, pois resmungão é o seu nome do meio, não que seja chato atenção, só tem feitio, é como a mãe, e coça a orelha a toda a hora, porque está aborrecido, porque não gosta daquela música, porque tem sono, porque não tem sono...


Na dúvida oferece-se a mama e voilá, se tiver fome mama, se não tiver e se for como o meu Gui mama na mesma  e depois bolsa, pois não deve caber tanto leite naquela barriguinha, e fica feliz!
Não esqueçamos agora o mais importante, a mama não é apenas fonte de alimento, mamar é muito mais para um bebé do que apenas saciar a fome. A mama é um analgésico natural para qualquer dor, a mama é calor, é afeto, é amor. Eu costumo dizer que o leite não desce do cérebro, mas antes vem do coração, afinal as maminhas moram lá mesmo ao lado.
Todo o sucesso da amamentação começa com a escolha da mãe em amamentar e a sua força de vontade para superar todas as contrariedades que possam surgir. Não quero com isto fazer juízos de valor sobre quem escolhe não amamentar, ninguém ama menos um filho por isso como é óbvio. Só creio que fazer essa escolha e estar preparada para enfrentar os obstáculos que possam surgir anteveem o sucesso da amamentação.
Amamentar é mais um ato de fé do que outra coisa, se acreditarmos na nossa capacidade para o fazer, fazemo-lo com uma perna às costas. Devemos olhar para a amamentação como algo animal e instintivo, sem racionalizarmos em demasia, é dar mama sem pensar, o pensar que o leite não é bom, que o leite é pouco, que o bebé ficou com fome e por aí fora são os maiores obstáculos da amamentação. Enquanto estiverem a amamentar, não pensem! E quem diria que a mãe filósofa dissesse uma coisa destas hein?

1 comentário:

  1. Quando estava grávida informei-me bastante acerca da amamentação. Fiquei a saber das coisas boas e das coisas "más", das dificuldades que poderia ter de enfrentar. Tinha receio de que não corresse bem mas fiz um acordo comigo mesma de que iria amamentar o meu bebé e não havia outra opção.
    E foi o que aconteceu. Ele vai fazer 1 ano e ainda mama e eu adoro! Tive os meus problemas, principalmente nos primeiros meses, relacionados principalmente com pressões exteriores de que o leite não era suficiente. Mas eu mantive-me na minha. Custou muito, sim. Chorei e desabafei sempre com o meu marido que nunca me deixou desistir.
    Por isso acredito quando diz que "Só creio que fazer essa escolha e estar preparada para enfrentar os obstáculos que possam surgir anteveem o sucesso da amamentação."
    Sei que em algumas situações não basta querer e há motivos que podem impedir a amamentação mas acredito que querer é mais do que meio caminho andado para se conseguir!
    Ana Luísa Cunha

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