terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mum´s the Chef #2

Fotografia retirada de: www.receitaparatudo.com
Leio muitas receitas, vejo o Oliver na TV, mas jamais sigo uma receita à letra. É uma coisa minha, eu tenho que colocar o meu cunho pessoal aqui e ali, penso sempre que fica melhor com mais isto e aquilo. E quando se gosta do que se faz, com uma pitadinha de entusiasmo à mistura, o resultado é o melhor.

Risotto de cogumelos e espinafres

1 chávena de arroz arbóreo
Espinafres frescos
Cogumelos shitakke (se não encontrarem podem usar outros desde que não usem cogumelos enlatados, eu usei mistura de cogumelos congelados)
Meia cebola
2 dentes de alho
Azeite
1 caldo knorr de arroz
sal
pimenta preta
queijo da vossa preferência para ralar

Cozer os espinafres e os cogumelos num tacho com água e 1 caldo de arroz e reservar. Refogar num tacho o azeite com a cebola e os dentes de alho picados durante o tempo necessário para alourar. Juntar os cogumelos e as folhas de espinafres cortadas e o arroz ao refogado durante 2 minutos para o arroz absorver o sabor dos ingredientes. Ir juntando a água da cozedura dos espinafres e dos cogumelos à medida que o arroz for absorvendo a água. O tempo de confecção é em média 12 minutos. Está pronto a servir quando o arroz estiver cozido e cremoso. Servir com raminhos de salsa fresca.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O melhor dos meus dias #3

Referir-me-ei ao senhor homem lá de casa aqui no blogue como o MasterDad tendo em conta que as suas experiências de culinária contribuirão também para a rubrica Mum´s the chef. Isto para dizer-vos que ontem o MasterDad deu também um contributo para esta rubrica sem saber. Por vezes, muito raramente, ele transforma-se em Pai Filósofo e ontem foi um desses dias. Por outras palavras ele disse qualquer coisa semelhante a isto:
Foi esta a resposta aos meus habituais desabafos relativamente ao facto de já não termos vida social e de sentir falta de muita coisa que podiamos fazer antes de sermos pais. A verdade é que as pessoas são diferentes, têm experiências de vida diferentes e reagem de formas distintas a mudanças drásticas de vida, e não acho absurdo sentir-se falta de coisas que nos faziam felizes, acho que este sentimento de saudade não anula as alegrias da parentalidade,nem representa qualquer tipo de arrependimento, é apenas isso, um sentimento de saudade que de vez em quando dá o ar de sua graça.

O melhor dos meus dias #2


Tendo em conta a avaliação ridícula a que os professores contratados foram sujeitos esta semana, o melhor dos meus dias esta semana foi mesmo já não exercer a função de docente.

Nunca pensei que fosse afirmar isto assim tão cruamente, ser professora é algo que me define, não só enquanto profissional mas enquanto pessoa.
Ser professora de filosofia com tudo o que isso implica sempre foi o melhor dos meus dias, e só não me custou mais abdicar desta profissão visto que a substitui por outra que se transformou no melhor dos meus dias, ser mãe. Além disso continuo ligada à educação e indiscutivelmente à filosofia pois sinto-a presente em tudo o que faço no meu atual emprego. Se sempre achei que poderia contribuir de alguma forma enquanto professora de filosofia para um futuro mais risonho de uma nação, agora a educação ambiental preenche-me de uma forma muito mais holística, pois sinto que posso contribuir para um melhor futuro do planeta. Continuo a tentar operar uma mudança de valores e nada melhor que a educação para isso. E isto é filosofia!

Não sou contra a avaliação dos professores, sou aliás muito a favor deste tal exame, desde que o mesmo obedecesse a uma estrutura que respeitasse a avaliação não só de conhecimentos científicos assim como a aquisição de competências pedagógicas e tão ou mais importante, humanas. Sou a favor de uma avaliação justa, gratuita e imparcial, ou seja, todos devem ser avaliados e não só os professores contratados, garanto que se assim fosse muitas vagas surgiriam dentro das escolas. Há profissões em que o tempo e a experiência são superados pelo entusiasmo, a criatividade, a vontade e o esforço de fazer o melhor, e ser professor é uma delas!

Ontem foi Dia Mundial da Filosofia! Mas também foi Dia Mundial da TV. Se alguém encontrar semelhanças entre uma coisa e outra, faça o favor de explicitar nos comentários deste blogue. Será possível que nem sequer possamos ter um dia só para nós?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Traduzindo por miúdos

Decidi que talvez fosse melhor apresentar uma pequena legenda das temáticas a que se referem as etiquetas deste blogue, visto terem títulos mais sugestivos que o habitual.
resgates do armário - itens que resgato dos armários da minha avó e da minha mãe e que reutilizo e/ou reciclo.
o que nem às paredes confesso - não, não é nada semelhante à casa dos segredos. São desabafos ou situações caricatas que muitas vezes me inibo de partilhar pessoalmente, então partilho aqui.
o melhor do meu dia - Resumo semanal do melhor dos meus dias, habitualmente publicado à sexta-feira. Desafio que partilho com mais de uma centena de bloggers, lançado pela Catarina Beato do blogue Dias de uma Princesa.
pensamento do dia - Citações e frases com as quais me identifico.
in útero - Tudo sobre gravidez.
fiLHosofia - Tudo sobre maternidade, educação, sabedoria dos pais sobre os filhos e outras filosofias.
Mum´s the Chef - as minhas receitas caseiras.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O melhor dos meus dias #1 [estranha forma de vida]


Este exercício não é fácil para um lusitano! Nós não somos culturalmente felizes! O povo português "sofre" de uma nostalgia permanente, dos dias bons que se foram, dos dias bons que ainda não vieram, sofremos de saudade de tudo e mais alguma coisa, mas afinal é isto que nos define enquanto povo. Queixamo-nos de tudo, reclamamos imenso, mas também damos valor ao que somos e temos, principalmente quando vemos alguma das nossas tradições inferiorizadas, algum português satirizado, aí levantamos as nossas "armas" como no hino e corremos tudo à padeirada como em Aljubarrota. Por um lado é pena sermos assim, mas por outro, tudo isto é fado!

É-me particularmente difícil este exercício, eu tenho mesmo alma lusitana e que orgulho tenho disso! Apercebemo-nos desta tristeza característica quando olhamos para um brasileiro que apesar de pobre e de viver inseguro numa favela qualquer, consegue mesmo assim, manter um sorriso constante na cara todos os dias e rir-se da própria miséria! Agora dizem-me vocês, o sol e o calor fazem maravilhas ao humor de qualquer um! Então se assim é devíamos ser os europeus mais felizes. Nós, os gregos, nuestros hermanos espanhóis e os italianos. Agora olho derrepente para esta lista e parece-me que temos muito em comum, inclusive uma conjuntura de crise. Porque será? Li outro dia no blogue que lançou este desafio mensagens de pessoas com vidas profundamente marcadas e que conseguem no meio da escuridão encontrar sempre uma luz que ilumine cada um dos seus dias. Pessoas que comentavam que talvez seja nos dias mais tristes, nas situações limite de perda que sentimos uma maior necessidade de fazer este exercício de esperança.

Será por isso que os países com menos sol, menos calor, menos motivo para serem felizes constroem com esforço e determinação a sua própria felicidade? É só pensarmos nos escandinavos. Nós os europeus do Sul, que temos o sol, o calor do mediterrâneo, as ilhas paradísiacas e as melhores praias de sempre nunca precisámos de construir a felicidade, ela foi-nos concedida, o problema talvez seja querermos aproveitar esta dádiva ao máximo e gastarmos todos os nossos recursos nisso, os que temos e os que não temos. Somos um povo de fé, se Deus nos concedeu o milagre de termos uma terra tão linda e tão boa de se viver, talvez também nos salvemos da catástrofe sócio-económica em que nos encontramos por obra e graça do espírito santo. Ou talvez El rei D. Sebastião regresse das brumas para nos salvar. Somos heróis, não somos mártires, não estamos habituados a sacrifícios. Que estranha forma de vida!

No entanto sempre fiz este exercício antes de entrar no ano novo, mas diariamente parece-me ser muito mais gratificante. Todos os finais de ano faço uma lista de agradecimento pelo que consegui alcançar e uma lista das minhas aspirações para o ano seguinte, sempre agradecendo como se já estivessem todas realizadas (é a lei da atração). Este ano pela primeira vez durante as doze badaladas da meia-noite em vez de pedir desejos, agradeci.

Realmente a boa energia gera ainda melhores energias,no entanto tenho tendência a praticar melhor este exercício depois de ver o telejornal, coisa que costumo evitar, não lido bem com a desgraça alheia, e fico com vontade de chorar sempre que vejo as notícias. Infelizmente só depois de estar em contacto com as tragédias dos outros é que me apercebo do quão feliz sou. Por ter uma família maravilhosa, por ter uma casa, um carro novo, por ter um emprego que adoro e que me permite manter estas coisas que tenho e ainda sonhar em ter mais. E isto é sempre o melhor dos meus dias, ser mãe do meu filho, mulher do meu marido, filha dos meus pais, sobrinha e afilhada do meu tio/padrinho, por ser prima dos meus primos, sobrinha dos meus tios, neta dos meus avós, por ter memórias felizes do que já não tenho, do que perdi, dos que perdi, por ser amiga dos meus amigos, por ser educadora ambiental, por trabalhar com pessoas, com crianças, com animais, por dançar, por ser portuguesa, por ser lisboeta,por ainda conseguir sonhar, por ser quem sou!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mum´s the Chef #1


Papa de aveia
Papas caseiras de cereais e fruta 
Tenho visto por esta Internet fora muitas mamãs a perguntarem por receitas de papinhas caseiras para os seus filhotes. Ora em jeito de comemoração do dia mundial dos diabetes que é hoje (apesar de diabetes não ser algo que se deva comemorar não é verdade?) podemos sempre celebrar a prevenção dos malditos porque prevenir é uma coisa boa, remediar é que não, inicio esta nova rubrica denominada “Mum´s the Chef.“ Não fiquem contudo a pensar que sou a versão feminina do Ramsay nem nada que se pareça, sou apenas alguém que gosta de exercitar a criatividade na cozinha. Guardando um bocadinho a humildade na gaveta, daqui a pouco já lá vou resgatá-la, estou assim mais para James Oliver no feminino, ou como fazer uma refeição em 15 minutos sem os ingredientes principais na despensa. Fazer papas caseiras para um bebé é tão fácil como fazer papa de pacote, há cereais com e sem glúten, é só escolher os que se adequam à faixa etária da criança. Eu uso flocos de aveia biológicos, que podem vir já pré-cozidos ou não, sinceramente não faz assim muita diferença, flocos de arroz integral, flocos de trigo e quinoa. Basta cozer uma pequena quantidade de um destes flocos ou misturá-los se preferirem (eu não costumo misturar) durante 10 a 15 minutos, coá-los e juntar à fruta cortada em pedaços, passam com a varinha mágica e voilá, papinha caseira para o bebé. Este é o lanche do baby Gui todas as manhãs (por vezes para variar come só a frutinha, mas com a papa fica bem mais aconchegado e aguenta melhor até à hora do almoço). Ele adora e a mãe também! Cuidado com a aveia que é muito rica em fibra e solta o intestino, não convém juntar com papaia ou sumo de laranja a não ser que queiram remediar alguma obstipação, para bebés com prisão de ventre não há melhor. O arroz integral e o trigo são indicados exatamente para a situação contrária. 
Quinoa cozida
A quinoa é uma planta oriunda da América do Sul que produz um grão extremamente rico. Cada 100 gramas de quinoa contêm 15 gramas de proteínas, 68 g de carboidratos, 9,5 mg de ferro, 286 mg de fósforo, 112 mg de cálcio, 5 g de fibras e 335 kcal. A composição pode variar um pouco, dependendo da diversidade das sementes. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a quinoa é um dos alimentos mais completos que existem. E muito importante, não contém glúten. Sabemos que o grão está cozido quando começa a ficar transparente com um círculo branco em redor.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dançar "O Ventre"

Dançar grávida foi umas das experiências mais enriquecedoras que já vivi. Infelizmente não sou daquelas mulheres que acha que estar grávida é um estado de graça lindo e maravilhoso e que coloca um sorriso doce na cara permanente, enquanto carrega um peso descomunal que faz despoletar dores em lugares nunca dantes imaginados. A maternidade é realmente uma bênção, mas o caminho até à mesma não é, na minha opinião, um mar de rosas, ou então até é, mas com muitos espinhos. As dores que surgem não sabemos de onde, as noites mal dormidas, os pés inchados com o calor e principalmente, as variações de humor que o cocktail de hormonas provoca em nós, não são de todo uma visão celestial. No entanto, no meio desta visão que mais parece infernal encontrei um pedacinho de paraíso, a dança. Dançar grávida fez-me perceber o funcionamento interno do meu corpo como nunca tinha percebido antes e o prazer físico e emocional que se pode retirar do simples movimento, orgânico e natural, que há em todas nós. A maioria das pessoas que pratica dança como hobbie esquece-se que a dança é uma arte, dançar é e deverá sempre ser um processo criativo. Existe a tendência de se pensar uma aula de dança como um processo de transmissão de informação em que o(a) aluno(a) imita os movimentos do(a) professor(a) vendo a sua imagem reflectida no espelho de forma a perceber se os está a executar na perfeição. E nesta frase temos palavras que tratei de riscar pois não deveriam ser usadas em qualquer tipo de processo criativo. Ora se um movimento está a ser imitado/copiado não está a ser criado, logo estamos a anular todo e qualquer processo criativo/artístico. O erro está em ver-se o processo de aprendizagem como uma mera transmissão de conhecimentos que acontece de fora para dentro e não de dentro para fora e isto serve em dança como em qualquer processo de aprendizagem, seja ele artístico e/ou educativo. Garanto que se a criatividade e autonomia de pensamento fossem mais estimuladas na escola, a motivação para aprender seria muito maior, mas isto são outros 500 acerca do ensino de que um dia pretendo também falar aqui. Temos mais 4 sentidos para além da visão que nos esquecemos de usar e que em dança, ou em qualquer forma de arte são fundamentais. Fechar os olhos e abrir o coração muitas vezes é o caminho! Sentir a música, não só ouvindo-a mas sentido o seu ritmo no chão, através dos pés, sentir a música e o movimento através do contacto com o outro, aprender o movimento de dentro para fora torna-o natural e orgânico e o mais importante, criativo, pois cada um de nós dança um mesmo movimento sempre de forma diferente, existe sempre uma interpretação e criação individual e nunca deverá haver uma mera execução artificial e mecânica por meio de uma imagem que não somos nós autênticos, reflectida num espelho. Toda e qualquer forma de arte é, ou deveria ser, um processo de auto conhecimento em que nos (re)criamos a nós próprios e nos reencontramos com o nosso eu mais profundo. Uma criação que começa dentro de nós e que se estende e manifesta no nosso corpo e posteriormente fora de nós e não o contrário. Assim é tão mais fácil e tão mais intuitivo dançar e deixar fluir a dança.
Tendo em conta que o meu lado optimista tem andado escondido como o sol no outono, resolvi aderir à iniciativa de duas mamãs da blogosfera e a partir de amanhã,farei este exercicio de encontrar o que ilumina os meus dias. Partilharei com o mundo O Melhor do Meu Dia todas as sextas-feiras através de um resumo semanal. Se quiserem saber mais cliquem aqui.